sexta-feira, 15 de junho de 2018

sou mais pela seleção do que sou pelo Benfica

E hei de ser benfiquista até morrer. Não duvido disto. Nunca. Mas não me lembro de alguma vez ter chorado num jogo do Benfica (e chorei quando foi a cena do Abel Xavier) e não me lembro de alguma vez ter sentido o entusiasmo que senti quando o Éder marcou aquele bendito golo.

Mas não foi só o golo. Foi todo o movimento e sentimento pró-Portugal que, em muito tempo, vi os portugueses todos sentirem. Lembro-me de ter sentido isto pela primeira vez quando Scolari foi selecionador. Lembro-me de pensar como é que um brasileiro tinha trazido Portugal ao coração dos portugueses. A verdade é que ele conseguiu, e não foi apenas por ter sido Portugal a organizar o Europeu ou por termos chegado à final. Havia bandeiras em todo o sítio, até presas nas janelas dos carros. Fomos mais portugueses naquele momento do que em muito tempo,  tudo por causa de um brasileiro.

Somos portugueses sempre, muito mais quando dizem mal de nós. Mas a verdade é que somos os primeiros a dizer mal de nós. E a seleção é apenas um exemplo. Um. Mas é o exemplo de hoje, portanto é o exemplo que vou discutir. Gosto do anúncio da GALP porque é um bom golpe publicitário, mas porque a equipa que o criou agarrou uma das nossas mais particulares características: patriotismo só o temos quando dizem mal de nós. Méééé? Merveilleux. Mas só quando os franceses ou os espanhóis ou os ingleses ou os alemães nos criticam, nos gozam, nos inferiorizam.

Hoje fiquei sem voz a ver o jogo. Eu sei, estou a ver um jogo na televisão e, a juntar a isso, o jogo está a acontecer na Rússia: pouco provável que me ouçam. Gritei por Portugal, contra os espanhóis, muitas vezes contra o árbitro. Até contra alguns jogadores portugueses, especialmente quando falhavam golos ou passes ou faziam faltas. Mas gritei muito muito muito mais contra os comentadores da RTP.

Que discurso de inferioridade. Tudo o que a seleção espanhola fazia, todos os seus jogadores, todas as suas técnicas e táticas foram melhores do que as da seleção portuguesa. Todas. Tudo o que a seleção portuguesa conseguiu alcançar foi quase, acreditando nas suas palavras, fruto de uma sorte descomunal, quase de um milagre de Fátima, tão longe que está da Rússia. Afinal, fomos campeões europeus por sorte, os nossos jogadores nem sequer jogam em equipas que ganham títulos internacionais (e não estamos só a falar do Cristiano), nós existimos de favor na vida do mundo. ah, e é claro, hoje viu-se que são perfeitamente normais as dúvidas sobre quem é o melhor jogador do mundo.

Lembremo-nos de que hoje, mas só hoje, o futebol é o exemplo do que gostamos de fazer: reagir, em vez de agir. Isto se não formos os comentadores da RTP, que foram uns discretos defensores da inferioridade de Portugal. Não tão discretos quanto, se calhar, gostariam. Eu pelo menos gostaria de não lhes ter chamado tantos nomes e, muito menos, de ter ficado sem voz.

Sem falsos moralismos ou falsas humildades: fomos campeões europeus há 2 anos. Foi de empate em empate? Não. Foi de prolongamento em prolongamento. Mas parece que os ganhámos a todos. Temos uma grande seleção, há muito tempo, não é de agora. Não temos é um discurso a condizer. E quando o discurso não condiz, não condizem nem os planeamentos nem as organizações nem os comportamentos.

Filhos das desgraças das palavras que dizemos sobre nós próprios. Sejamos, uma vez que seja, pela seleção. E por Portugal e por nós, já agora. Sem dúvidas do que somos capazes de fazer e não apenas pelas coisas que duvidam que sejamos capazes de fazer.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

There are no such thing as a perfect time or a perfect place. Not even a perfect person. But life has shown me all you need is the right person at the right time in the right place.

Today was the day of remembering all that and for feeling grateful life has already given me all the right persons at the right moment in the right place.

Forever and always #4HR

quarta-feira, 28 de março de 2018

depois de ter feito mais uma coisa que suporia impossível

às vezes acho que tenho dificuldade com frases feitas. mas é só às vezes. há muitos provérbios e ditados populares que uso. e há uma frase feita que me diz muito. mas que me diz muito na minha adaptação.

a vida é o que é. esta frase está escrita no presente, e não tem referências ao passado nem ao futuro. por isso, a vida é o que é hoje. mas pode ser outra coisa amanhã. não se sabe, a frase não diz. há outra frase, que já escrevi aqui, que diz que a realidade não tem palavras. acho que estas duas frases se complementam. ao dizer a vida é o que é não lhe pomos adjetivos, nem coloridos falsos, nem sombras inventadas. a vida é assim. e se não a queremos assim, é mudá-la. afinal, quem está mal, muda-se.

o verbo ser também pode ser um verbo transitório. eu já fui de uma maneira, agora sou de outra, hei de morrer de outra completamente diferente. escrevo muito sobre mudança. já se viu. se calhar porque a minha realidade me força a olhar para o que é imperioso mudar. sem palavras. vivo presa nesta ideia de que há que mover, criar, mudar, fazer diferente. não diferente dos outros, mas diferente do que já fizemos, quando correu mal, é claro. se correu bem, é deixar estar. a vida aí é o que é em bom. e em equipa que ganha não se mexe.

não sei quando nasceu esta inquietação em mim. que às vezes é uma exigência interior demasiado pesada, sem tempo para colos ou lamúrias. não sei quando pensei que podemos ser todos melhor do que somos, sempre, todos os dias. a fazer o que idealizámos ou a fazer-nos o mais ideais que consigamos. melhores. vamos ser melhores, sem medos, sem limites.

a deixar cair preconceitos, a aceitar as nossas próprias limitações e defeitos, a olhar para os problemas que se resolvem como desafios e para os que não se resolvem como pedras que teremos de contornar. ou escalar. para ficarmos melhores, mais altos, com a vista mais desimpedida. o cansaço que isto dá. as lágrimas, o choro e o desespero. tantas vezes as pedras são lisas e escorregadias, tantas vezes temos mesmo os apoios para as escalar mesmo à nossa frente e não os vemos. tantas vezes somos o princípio, o meio e o fim de tudo o que gostávamos que não existisse.

olha, vê e faz. conquista-te. aos poucos.

Sanctity


Once you have the hability of letting go all things are different. Sanctity has a price, the price of letting your humanity go. Sanctity means seeing all potential all human beings have of being their better selves, their better side, their better persons. Sanctity has a price: seeing all of good one has, all the good God has put in each one of us, the potential we all have of becoming saints. Sanctity has a price: seeing all the potential sometimes means forgiving all one has done because you recognize all one can do. Sometimes not now, sometimes not ever. Because sanctity is not about being God, is about being a human that understands the plan God has for humans. 

sábado, 13 de janeiro de 2018

Em modo freudiano

Sonho pouco. Lembro-me pouco do que sonho. Hoje sonhei que estava a tomar um café e que, de repente, fiquei com a boca cheia de borras de café.

Viva a curiosidade e o Google. Uma qualquer página desta internet "explicou-me" o significado deste sonho. Engraçada. Engraçado como o meu cérebro, que nunca teve acesso a informação sobre este tema se conseguiu deitar a pensar numa pergunta que me tinha feito e dar-me a resposta daquela forma.

Viva o Freud.

domingo, 31 de dezembro de 2017

I wish I could. I wish we could. I wish we could speak of it and do it simpler. I wish a little word could have a simple meaning. I wish it could have fewer consequences. But love is what it is and spreads around like it does. Around and through you and within you. And us. I wish love was always all around us. Filling us while we feel it truly. And breath it. I wish love was only simple and not bumpy. And troublesome. I wish it only brought smiles and cozy heartbeats.

But even with that, all I wish is love.


Até já comprei a agenda nova

Podia não escrever, mas escrever exorciza. 2017 foi um ano de merda, onde aconteceram algumas coisas muito boas. Mas assim de repente, não foi mesmo um ano brilhante. Foi um ano que me fez esticar os limites e aprender que há alguns que são mesmo impossíveis de esticar. E ainda bem. Porrada, meus amigos, foi o que senti que o ano trouxe. Pancada pelo corpo todo, e muitas vezes com violência.

Não só na minha vida. Ou sobre mim. Tantos que me são queridos a verem os seus limites desafiados por este ano de merda. Tantos e de tanta forma. Asneiras de 3 sílabas é o que apetece dizer. Das grandes e em contínuo. Espero que daqui a uns anos não nos lembremos em particular de 2017. Isso vai querer dizer que o que nos plantou de mau à porta não criou raízes. Mas agora, neste momento, ainda bem que fica para trás. 

Mudar de ano significa muito pouco na realidade, porque é só mais uma noite na passagem contínua do tempo. Mas as fronteiras emocionais também são importantes, e gosto desta ideia de poder fechar a porta e andar para a frente. 

As coisas más ajudam-nos a ver o que e quem realmente importa. Minimizar o que e quem não tem valor. E valorizar a nossa capacidade de sobrevivência, que nos faz pessoas vivas e por isso capaz de continuar. Sobreviver às vezes parece pouco mas dá-nos a possibilidade de continuar a tentar. Mesmo que seja em péssimas condições, podemos continuar a tentar. Um ano de merda faz-nos ver que a vida pode ser má e que nós temos de ser bons, muito bons, a fazer uma data de coisas quando só queremos cortar os pulsos ou amaldiçoar tudo e todos. 

2017 foi um ano de merda que me deitou ao chão duma forma inexplicável. Mas que me bateu tanto que me abriu os olhos. Sobrevivi e agora vou continuar a tentar. Espero que a todos nós seja dada esta oportunidade. Tentar.